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  • Férias Coletivas Nas Montadoras Deixa Mais De 5 Mil Funcionários Longe Das Produções


  • A decisão tem como ideia a manutenção da linha de produção da montadora e ainda a instabilidade na cadeia de fornecimento de componentes

A Volkswagen e General Motors (GM) iniciaram nesta semena o mês de férias coletivas para mais de cinco mil funcionários de suas montadoras em Taubaté e São José dos Campos, no interior de São Paulo.

O comércio automobilistico segue em desaceleração e assim fábricas no Brasil comunicaram a pausa de trabalhadores e a paralisação nas produções entre março e abril. A pausa também acontece em algumas montadoras da Hyundai, em Piracicaba; Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo; e Stellantis, em Goiana no Pernambuco, que reúne marcas como Fiat, Peugeot, Citröen.

Na Volkswagen, a pausa forçada para os empregados na montadora de Taubaté será inicialmente de 10 dias para cerca de 2 mil funcionários. Após esse tempo, um novo período de férias coletivas será adotado para 900 funcionários, que só voltarão ao emprego depois do feriado de Tiradentes.

Segundo o fabricante, a decisão tem como ideia a manutenção da linha de produção da montadora e ainda a instabilidade na cadeia de fornecimento de componentes, como por exemplo os semicondutores.

Na General Motors, a decisão afetará três mil trabalhadores da unidade de São José dos Campos (SP) - cerca de 80% da área de produção. O retorno está previso inicialmente para o dia 13 de abril.

 

 

As expectativas com essa situação era de que os preços diminuissem. Mas os analistas explicam que as montadoras não podem abrir mão das margens de lucro por conta do momento atual que vivem, principalmente por conta da pandemia de Covid.

Assim, vão na contramão da lei de oferta e demanda, onde o excedente de produção, em tese, deveria criar novas condições para a comercialização de veículos.

Com o valor de produção la no alto por conta de entraves logísticos e falta de matériabprima perante os anos anteriores, as empresas precisam recuperar o tal "dinheiro perdido".

"As montadoras precisam gerar rentabilidade para fazer frente ao desafio de investimentos de conectividade e motorização", diz Antônio Jorge Martins, professor de mercado automotivo da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP).

"A única possibilidade de redução de preços é uma redução nos custos. Tanto de peças, componentes, semicondutores, logística e até a desvalorização cambial. Basicamente, todos esses fatores teriam que caminhar nessa direção para uma mexida de preço."